sexta-feira, junho 26, 2009
Sonar post 1
RUC at Sonar 09
Foto:
O artista Pau Riba por entre o público durante o concerto de Mulatu Astake
Decorreu em Barcelona, de 18 e 20 de Junho a XVI edição do Festival de Musica Avançada e Arte Multimédia, intitulado e bem mais conhecido por Sonar. Como é habitual nas ultimas edições, este desdobrou-se espació-temporalmente em duas grandes secções: o Sonar Day e o Sonar Nigth.
O primeiro aconteceu durante os três dias do programa, num complexo em que o Sonar tomou como refém à cidade, que comporta dois emblemáticos espaços da cidade Condal que se dedicam completamente á arte contemporânea: o Museu d’Art Conteporani de Barcelona (Macba) e o seu vizinho mais próximo Centre de Cultura Contemporani de Barcelona (CCCB). Neste complexo fechado do Sonar Day, além dos quase cem concertos e dj sets, podíamos assistir também a já muito conceituada exposição “Sonarmática”, este ano com o tema Mecanics a qual nos apresentava uma serie de engenhos realizados por artistas e investigadores e que teriam um primeiro uso nas artes multimédia e/ou musica. O Sonar Day não se ficava pela centena de espectáculos durante estes três dias e a exposição Mecanics mas comportava ainda as feiras editoriais (com a presença de revistas como a WIRE; Go Mag; entre outras,) e a feira discográfica e ou profissional, que este ano mais do que discográfica foi invadida de reconhecidas empresas do mundo da musica, como a Ableton; Steinberg; Stanton; entre tantas outras, que aproveitaram a ocasião do Sonar para apresentar os seus mais recentes instrumentos; software; hardware; etc, sendo que nesta edição tiveram novamente um pequeno espaço/palco, onde artistas convidados pelas mesmas empresas, faziam apresentações dos seus novos produtos.
Em relação à programação e aos espectáculos, estes dividiam-se por quatro palcos, e inumeráveis estéticas musicais, começando todos os dias pelas 12h e terminando perto das 22h. Ora, tanta programação obriga obviamente a uma pré-seleção, e cada um dos visitantes, tem à partida um programa pessoal, desenhado a lápis por cima do oficial, e que o deverá servir como guia para estes três intermináveis dias. Muitos há também os que por lá vagueiam, sendo que o seu programa será tão somente pelo mapeado pelo acaso. Ou destino (para quem for determinista extremo).
Curiosamente o primeiro dia deste festival, maioritariamente electrónico, teve os seus momentos mais altos nos espectáculos de “world music” de Mulato Astake & The HélioCentrics e dos congolenses Konono Nº1 (ou então terá sido o destino que me levou a escolher menos bons espectáculos de electrónica, também para quem crê no determismo). Mulutu e os seus, brindaram a primeira tarde com um espectáculo onde se fundia o jazz e o funk com uns hipnóticos baixos a la dubstep. Já os Konono praticamente encerraram o primeiro dia com um concerto fenomenal, quente e suado quer para eles quer para o publico. Entre Mulato e Konono houve tempo para um hip hop do francês Debruit; e Filastine trouxe um dub politizado e vocalizado por uma meninas. O primeiro dia teve o palco Sonar Village praticamente dedicado a projectos da Ghostly International, e estes (The Sigth Below; Lusine; Michna with Raw Paw) cumpriram regularmente as suas funções. Uma das melhores actuações ao vivo de do dia, terá sido levada a cargo pelo jovem Cecile, que acompanhado de um baixo eléctrico, debitou a electrónica de nuances “tipicamente” francesas.
Uma das grandes decepções foi o concerto de uns muito aguardados Robots, que tocavam instrumentos de cordas, mas que foram envolvidos por um espectáculo de electrónica que lhes roubou totalmente o protagonismo, uma vez que praticamente não se escutavam os aparelhos construídos por Roland Olbeter, alemão à muito residente em Barcelona e engenheiro robótico, que colaborou no espectáculo de inauguração dos Jogos Olímpicos da mesma cidade em 1992. Do primeiro dia pouco mais há para declarar.
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