Rebento #5

Xela: For Frosty Mornings and Summer Nights
Type Records Jan 2007, reedição






Passou há dias por Coimbra, no início do ciclo Senses, para um concerto de apresentação de The Dead Sea. Umas horas antes esteve à conversa com o Origami.
John Twells é um britânico simpático e muito conversador e falou-nos, entre outras coisas, da sua permanente ligação à música: como crítico no admirável boomkat.com, como produtor/compositor (Xela, Yasume e nas produções e remisturas para outros artistas) ou como figura de proa da Type Records – na direcção e gestão da essencial editora.
Assumiu-nos, ainda, a preocupação de inovar e/ou diversificar em cada álbum e isso é mais que notório na comparação entre o trabalho apresentado no TAGV e este For Frosty Mornings and Summer Nights – o seu primeiro disco, inicialmente lançado pela Neo Ouija em 2003 e agora reeditado na Type – remasterizado e com 2 faixas extra.

Em The Dead Sea somos amarrados ao mastro de um navio à deriva, num dia chuvoso e de nevoeiro espesso. Dali, agitados em permanente ansiedade e sufoco, observamos um fatal ataque de zombies. É a música de um pesadelo onde algures parece haver uma réstia de esperança.
Já For Frosty Mornings and Summer Nights nos abraça como uma permanente brisa. Ora fria e cortante, ora suave e amena, como nas manhãs gélidas de Inverno ou nas temperadas noites de Verão.
Onírico, de uma beleza tranquila, contudo arrebatadora.
The Dead Sea revela pesadelos, For Frosty Mornings... desperta sonhos.

Pois, isto não diz nada, é apenas um interpretação.

Glitch, IDM, Ambiental… para fãs de Farben, Carsten Nicolai, ou Brian Eno… e de música bela em geral.

Disponível na Discoteca Almedina, e a óptimo preço, como todos os discos da Type.

Tiago Eiras