Desde o passado dia 9 de Fevereiro que o Origami volta a ter no seu espaço as sábias palavras e musicas trazidas por King Bongo. Desta vez o universo em análise não é a Jamaica, mas toda a Galáxia Dançante (para percebermos o hoje e adivinharmos o amanhã, temos de conhecer o ontem)!
Todas as 4ªs feiras às 16:30, em 107.9fm ou pela Internet - www.ruc.pt
Os sons (para já) são para ouvir em directo, mas ficam aqui algumas palavras de Bop Gun anteriores.
BOP GUN ( Tiros No Escuro)
Uma cartografia labiríntica da Galáxia Dançante
BOP GUN 1 (9-2-2005)
Pré-História do P-Funk
Uma barbearia como local de encontro na localidade de Plainfield, New Jersey. George Clinton junta alguns amigos e forma, em 1955, um grupo vocal, os Parliaments. O grupo haveria de gravar vários singles até 1968. (I Wanna) Testify de 1967 alcançou um certo sucesso, mas, devido a problemas contratuais com a editora da altura, Clinton ficou impedido de usar o nome Parliaments. Desde 1964 que os Parliaments eram acompanhados por uma banda a que Clinton dera o nome de Funkadelic. Para ultrapassar as questões legais com a sua última editora, Clinton, paralelamente aos Funkadelic, organizou uma outra banda com o nome de Parliament. Assim, no final da década de 60, já estavam estabelecidas as bases para a aventura P-Funk.
Os Parliament publicariam em 1970 o seu primeiro LP : Osmium. O disco apresentava uma mistura improvável de estilos musicais : funk, soul, country music, rock, psicadelismo e sabe-se lá o que mais. Também em 1970, seria publicado o primeiro LP homónimo dos Funkadelic. Com a atenção virada para os Funkadelic, Clinton só publicaria um novo LP dos Parliament em 1974.
A ilustração musical fez-se com os seguintes temas :
1. Parliaments – (I Wanna) Testify (CD Testify! – The Best Of The Early Years)
2. Parliament – I Call My Baby Pussycat (CD Osmium)
BOP GUN 2 (16-2-2005)
P-Funk Babies : Digital Underground
Ziguezague 1 : Hip-Hop e P-Funk. A popularidade do sampler possibilitou aos grupos de hip-hop o saque e re-utilização do passado musical. A música de James Brown, Sly Stone, George Clinton e muitos outros foi vasculhada para servir de base para muitas produções de rap. Um dos grupos de hip-hop que aceitou fervorosamente a herança do P-Funk foram os Digital Underground. Em 1989, publicam o primeiro 12”, “Doowutchyalike” e, no ano seguinte, o primeiro LP, Sex Packets. O LP Sons Of The P de 1991 seria ainda mais influenciado pela música de Clinton.
Ilustração musical :
1. Digital Underground – Sons Of The P (LP Sons Of The P)
BOP GUN 3 (23-2-2005)
P-Funk Babies : Detroit Techno e os Três de Belleville
Detroit, década de 80. Longe estão os tempos das duas grandes linhas de montagem que deram fama à cidade : a fábrica de automóveis da Ford e a editora discográfica Motown de Berry Gordy.
No início da década de 80, três jovens afro-americanos de Belleville, Juan Atkins, Derrick May e Kevin Saunderson, costumam ouvir as emissões radiofónicas de Electrifyin’ Mojo, um disc-jockey versátil que passa Kraftwerk, B-52s, Prince, Peter Frampton, P-Funk, electro-pop europeu e tudo o mais que lhe agrada. Como mais tarde diria Derrick May, a ideia de música techno nasceria da tentativa de cruzar Kraftwerk com P-Funk. Logo em 1981, Atkins e Rick Davies surgem com o projecto Cybotron, uma ponte entre o electro-rap e o techno de meados da década de 80. A partir de 1985, Atkins, May e Saunderson começam a publicar os seus primeiros discos sob nomes variados. Sem a agitação de clubes e discotecas como acontecia em Chicago, os três pioneiros do techno elaboram teoricamente os seus objectivos influenciados por livros de autores como Alvin Toffler : o seu mundo, e a música nele existente, é o de um futuro dominado pela tecnologia, uma espécie de metrópole do filme Blade Runner sem os elementos distópicos.
Ilustração sonora :
1. (sotto voce) Derrick May – Strings To Strings Of Life (LP Box Innovator)
2. Cybotron – R9 (CD V/A : Powercuts)
3. Kreem (K. Saunderson) – Triangle Of Love (CD Phases & Faces)
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